sábado, 3 de agosto de 2013


No mar mais profundo havia um farol no alto do silêncio. Tal lugar era uma ilha. Toda ilha era a ruína de uma solidão. – Essa é a história de uma baleia que desistiu; aquietou-se entre vinte e duas ondas suaves e descansou. Por causa disso, três milhões de grãos de areia, duzentas conchas e uma reunião de algas marinhas se apiedaram do animal. Foram lhe fazer companhia da maneira que sabiam: deitaram-se junto a ela, protegeram-lhe do sol e da noite. Os grãos até contavam-lhe histórias sobre os piratas; eles que libertaram suas lágrimas dentro do oceano para que ninguém soubesse que choravam quando escurecia. Essas lágrimas viraram peixinhos adoráveis que também vieram ver a baleia. Pena que não se ouvia a voz dos grãos, afinal, eles eram pequenos demais para ela. Também não se ouvia a voz dos peixes. Eles não tinham cor, quase não tinham tamanho e ainda não haviam descoberto o propósito da voz.
A baleia virou uma ilha; uma ilha era uma ruína. A ruína de uma solidão desamparada. No alto da solidão, construíram um farol. Ele brilhou a noite, mais do que as estrelas que quase despencavam no mar mais profundo. Entre as vinte e duas ondas, ela desistiu. Foi sumindo e sumindo, até que grãos, conchas, algas e peixes invisíveis se aquietaram de vez.
Texto de Amanda Virgínia Torres

quinta-feira, 21 de março de 2013

Klimt por mim



Quase sumi, né? Mas voltei.

Pra começar a nova leva de posts, uma tattoo que ilustrei pra mais uma pessoa que teve coragem em ter um rabisco meu na pele. Kriscieli me pediu há um tempão atrás que eu fizesse algo inspirado em "A árvore da vida", de Klimt. Essa semana ela finalmente o rabiscou em suas costas. Fiquei feliz com o resultado!

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Panzón/Panzita


"No tengo nada porque no lo tengo. Nunca creí que él fuese todo para mí y que, despegada de él, fuese un montón de basura."